É preciso ser forte como a tempestade, resistente como a vaga, que se arremessa contra o rochedo, para sentir em fúria, a capacidade de se despedaçar em mil gotas, sendo nada. É preciso ser forte, como o vento que derruba a árvore, para se deixar trespassar pela espada que no caminho para inevitabilidade da morte dilacera o coração. Não há como aprender com a resistência, a não depender daquilo que somos, mas a forma como enfrentamos os obstáculos. É assim que poderemos persistir no caminho a seguir, sabendo que interminável, não nos levará a lugar nenhum, contudo estamos predestinados a percorrê-lo, porque é nele que encontraremos a sabedoria de sermos o que ambicionamos ser. A morte espera-nos, no final da estrada, numa qualquer berma, e, é esta inevitabilidade que faz com que descubramos nas coisas mais singelas da vida a magnificência de existir, de ser, exactamente aquilo que somos, como únicos, porque nossos, como um todo porque sementes de um só fruto. Por isso resistimos à força da água, à fúria do vento, à agressividade dos elementos, mantendo-nos sobre a estrada da vida, ainda que a dado momento tombemos, para o abismo duma morte há tanto anunciada no prelúdio de um dia de alegria.



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