Será
louco aquele que percebe o Amor duma forma substancialmente
diferente? Deverá o Amor ser restritivo, compartimentado, dividido e
constantemente subtraído? Bem, talvez eu esteja mesmo louco em
acreditar na pluralidade do verbo amar, na isenção de limitações
e barreiras sociais para praticar tão nobre sentimento.
O
que estrangula o Amor é o sentido de posse, essa obsessão por
querer ficar com todas as conjugações dum verbo que nasceu para ser
semeado, disseminado e oferecido, e não para ser guardado, em modo
exclusivo porque sabe dizê-lo, ou pensa saber senti-lo.
Estas
constantes desilusões, convulsões e febres delirantes que matam em
nós as vontades de defendermos esta sensação, motivação de amar
indefinidamente, aqui e em qualquer lugar, toda a gente, derramam
sangue e lágrimas, suores e calafrios percorrem-nos a alma, e, aos
poucos, vamos morrendo, como flor em final de Primavera, como o Amor
em tempos de guerra.
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