A fonética da vida, é uma cacofonia de barulhos, de ruídos confusos que me deixam a mente atordoada, não sinto mais nada. Aquela sensação de mágoa profunda que de tão entranhada parece carne agarrada ao osso vivo do ser humano. Esta chinfrineira de sons, vozes e gritos perturba a fluência do meu existir, baralha-me a mente e faz-me cair. Como eu imploro ao silêncio que me vista o corpo, ao vácuo que me contorne a alma, para que a ausência seja de facto sentida em mim, no mais profundo recanto do meu espaço interior.
Espero que este momento agonizante cesse rapidamente, e que a paz inunde o meu mundo, mergulhando-me para sempre neste fluido morno que absorve os sentidos. Mas a fé que me move, faz-me esperar um hiato, um breve e singelo intervalo entre a reverberação das ondas sonoras que me permita equilibrar os sentidos e ser de novo instrumento afinado na orquestra da vida.

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