Preciso
dos sentidos para aprender a respirar, preciso da água do mar, para
aprender como mergulhar profundamente nas sensações. Não me faz
qualquer sentido seguir o curso do rio se não for para desaguar num
oceano de agitações, convulsões e emoções. Este é o tempo em
que me guardo, em que me escondo da luz para não provocar as
sombras, em que absorvo cada milímetro dos sentires, para concatenar
em mim as essências que me fazem vivo. De outra forma morro, pelo
excesso de oxigenação do quotidiano que envenena a minha mente e me
deixa completamente perdido. Quero saber do caminho, perceber as
escolhas e os delírios que me levam a inventar uma e outra vez como
soçobrar, como resistir, como sobreviver na torção constante dos
dias, nestas manhãs frias que arrepiam a pele, não de prazer
sentido, mas de amargo fel.
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