A degustação do silêncio em meio à cacofonia dos dias é um presente. Sei que à frente, num tempo já não distante, terei pavor do vazio de sons da minha solidão, ainda assim, hoje, procuro desesperadamente por esse momento em que possa ficar a sós com os meus pensamentos. É a ironia da vida, que nos leva sempre a correr atrás do que não temos, desprezando tantas vezes aquilo que depois se revela importante. Este mergulho na intimidade da minha alma, aporta-me a frescura e a calma de que preciso para enfrentar as duras batalhas que me esperam. É por isso que o prezo, que o considero um templo onde a energia flui, sem qualquer tormento, por isso o guardo tantas vezes, como bem precioso por que zelo.
Um dia serás, silêncio, companhia eterna, última morada das minhas palavras, guardião do meu corpo, eterno caminhante do tempo.



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