Há
momentos em que me parece mais sensato atirar o socialmente correcto
ao ar e partir, sem destino nenhum, como quem acaba de nascer do nada
e se faz à vida num primeiro choro. Este espartilho de situações
que surgem, umas atrás das outras, como se houvesse uma fila de
espera, agoniam o espírito e já nem o corpo se sustem.
Questiono-me se vale a pena ter a ambição de ser algo mais que
simples ser vivo, não nos bastará apenas respirar, beber e
alimentar o corpo?
Tenho
saudades da simplicidade dos dias vividos com as limitações que uma
vida pequena nos oferecia. Ao invés de corrermos para pagar o que
não podíamos ter, vivíamos com aquilo que nos bastava para viver,
e éramos tão mais felizes. O tempo não nos fugia porque não o
consumíamos na ânsia de chegar mais longe, conhecíamos os limites
do nosso pequeno mundo e isso bastava-nos para ter tudo o que sempre
quisemos ter realmente, paz e tranquilidade.
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