O meu pequeno universo é o limite de tudo aquilo que faço, um ínfimo espaço que me circunda, como se o horizonte fosse o limite temporal dos meus sonhos e tudo acontecesse dentro desta bolha onde flutuo. Este ar que respiro é feito de partículas disseminadas pelos sonhos, um éter onde mergulho, morno e tranquilo, um momento de delírio onde nado à deriva dum mar por mim inventado. O meu corpo é um pequeno mundo que gira, roda e rodopia sobre si próprio, vagueando no espaço profundo da imaginação, é aqui que quero sentir a força, a pressão, duma atmosfera carregada de invenção. Sei que é um espaço solitário, por isso crio os meus cenários, preencho-os de personagens que animo, de monólogos disfarçados de diálogos onde represento o drama da paixão, com a emoção de quem tão bem conhece ambos os lados desta sensação. Mas, por vezes, sinto-me só, tão só que o meu universo colapsa, que as estrelas do firmamento caem e riscam a esfera celeste como raios cósmicos anunciando um fim dos tempos. Nestes momentos sou silêncio, cessa a função e o teatro da vida morre sem ilusão.



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