Percebo
na estrada que sigo, cada detalhe do destino. Sinto a chuva e o
vento, que fustigam o corpo, que pesam no dorso o fardo de caminhar
indefinidamente pela deriva da incógnita de mais um dia. Entendo
porque sigo, porque persigo uma vontade louca de saber o que me
espera na próxima curva. Afinal não é isso que nos move? A
curiosidade de descobrir o que desconhecemos? De sentir o que não
sentimos? De aprender o que não sabemos?
Mas
a minha persistência tem mais motivos, tem intenções não
declaradas, desejos de novas alvoradas. É por essa miragem que ando,
que vou, acompanhando a luz que me indica as escolhas que devo fazer,
por entre este mar de dúvidas que nem sempre logramos perceber.
Quero ser capaz de te alcançar, de teu rosto tocar e sentir a luz
intensa do teu olhar. Só assim darei por recompensado todo o esforço
deste meu desígnio, desta demanda, que desde o início me comanda.
Só, na luz da tua presença, o significado da minha vida encontrará
o sentido pelo qual anda perdida.
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