Ser um livro, uma folha em constante mutação, ser escrito com emoção, é desígnio que quero ser. A vida é uma estrada, que percorremos, onde descansamos e aprendemos, onde lutamos e definhamos nas curvas apertadas desta caminhada. Mais que ser escritor quero ser escrito, mensagem transparente e lúcida. Quero ser corrente que leva água da nascente, até ao oceano profundo, onde o mergulho dos sentidos, nos azuis-escuros é a inevitabilidade da vida que ressurge do nada, no meio de tanta água. Mas, voltando ao branco da página onde disponho as letras, sou frase inacabada, página deixada para trás, por escrever, sou silêncio, compenetração, momento da minha, a própria vastidão, neste livro em branco que te entrego, e apenas te peço, escreve-me.

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