Saber
o lugar onde o mundo real toca a fronteira da nossa espiritualidade,
é ter noção que não pertencemos apenas a uma dimensão. Sabemos
que essa fina camada de ar que divide esses mundos da nossa realidade
é ténue cortina que separa tangencialmente os lugares onde
sonhamos, dos lugares onde habitamos. Circulamos entre estes espaços,
umas vezes despertos e conscientes, outras vezes desacordados. Somos
seres diferentes, personagens que se regem por outros guiões, onde a
matéria dos sentidos, das emoções é muito mais que uma peça do
jogo que nos leva a ganhar sobre o adversário, é a partilha
efectiva de nós com todos os outros, numa harmonia de indivíduos
que se ligam aos sentidos através do prazer de senti-los, e não
apenas porque é preciso. Esta dualidade não nos cria mais que uma
personalidade, um perfil, em cada um dos mundos, mas seguramente são
perfis antagónicos, perfeitos opostos que não se atraem, mas também
não se traem nas verdadeiras convicções. Por isso muitas vezes no
mundo real, façamos do silêncio o nosso escudo e ambicionemos a
Noite como companheira para a derradeira fuga para outras dimensões.
Sem comentários:
Enviar um comentário