Não sei porque há dias em que a vontade se esvai como sangue por ferida aberta, não entendo porque me calo e fico sem força para fazer mexer os lábios. Vivo duas vidas, a que não digo e sinto e, a que falo e grito. Nesta dicotomia, os dias parecem confusos, cheios de nuvens e inflexões que provocam tumultos. Perco as forças, embora seja uma muralha enorme que aos olhos dos de fora aguenta até as vagas do mar do norte. Soçobro na minha frágil existência interna, choro sem lágrimas que escorram pela face, calo e tento aguentar a pressão que no interior se faz vulcão. Não sei quanto mais tempo sou capaz de me suster de pé, não sei quanto mais vai durar a minha fragilidade antes de se estilhaçar. Enquanto isso, calo-me quando não devo e falo quando devia estar calado.

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