Não é fácil viver com a incerteza. A incerteza de que somos capazes, a incerteza de que somos queridos, a incerteza de que somos importantes para alguém. Entendo a forma como nos afogamos nesta palavra. Como deixamos que ela nos domine o quotidiano e nos puxe, cada vez mais para este buraco onde cada dúvida se transforma numa incerteza cada vez mais angustiante. Como podemos escapar a este dilema? Como podemos reagir a esta dúvida, levantando-a definitivamente, tornando-a uma certeza? Estas questões só podem ser respondidas com a ausência de frequentes análises do que representamos para os outros, preocupando-nos sim com aquilo que os outros representam para nós e quão importantes são na nossa vida. Ser capaz de partilhar os dias com aqueles que são importantes para nós sem os questionar sobre o que eles pensam de nós é a forma mais fácil de vencermos essa incerteza. Os sentimentos não deviam medir-se, deviam apenas sentir-se, mas a nossa humanidade faz com que até nessa matéria tenha de existir uma dimensão, que por vezes nos leva ao vazio e à desilusão, porque nos parece sempre que os outros não são recíprocos connosco.
Vamos libertar-nos da quantificação e entregarmo-nos à sensação.

Sem comentários:

Enviar um comentário