Para onde caminhamos neste destino incerto? Será que atingimos o limiar das nossas capacidades e começamos aos poucos a perder o controlo sobre a nossa ambição? Onde deixamos a relação com a natureza, aquela humanidade que nos caracterizou? Estarão os nossos filhos preparados para receber a pesada herança que um consumismo exacerbado lhes vai deixar? Serão eternos dependentes? 
Há muitas questões que se nos colocam no actual caminho da sociedade. Vejo hoje perdidos muitos dos laços que nos uniam a um passado, a uma tradição de respeito e veneração pelo sábio conhecimentos dos nossos ancestrais. Hoje tudo é volátil, a família, as relações de amizade, os empregos, tudo pode não ser amanhã aquilo que vemos hoje. Para onde corre este rio de águas alvoraçadas, que ao passar desgasta as margens e arrasta consigo tudo o que encontra pela frente. Não haverá limites nesta corrente que nos últimos 20 anos tem vindo a varrer o planeta, numa escalada da ambição em que tudo vale para atingir um objectivo.
A mentira e a perfídia são actualmente valores comuns em qualquer humano que se preze, ninguém mais se preocupa se está a prejudicar o outro desde que isso o beneficie a si mesmo. Teremos atingido o estado de evolução tal que só nos resta regredir através de uma autodestruição dos valores, da moral e dos bons costumes, acabado por regressarmos ao início dos tempos, em que vivíamos num estado selvagem de consciência? Não sei para onde vamos, mas sei que vamos na direcção errada.

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