Fico aqui sentado, tentando perceber qual é o meu lado errado, será o homem, ou o sonho. Será o quotidiano, ou a imaginação que desequilibra a forma racional que deveria ter. Serei demasiado emocional, ou serei só um pouco louco. Perco-me tantas horas imerso no vazio que esta dicotomia me provoca que já não sei quando sou humano ou apenas ficção.
Receio bem estar a afundar-me, nesta amalgama de pensamentos, em que já nem o vento consegue penetrar, receio soçobrar no meio deste imenso mar. Gostava de definir um rumo, seguir um caminho regular, em que tudo o que me aparecesse fosse apenas uma estrada para enveredar. Mas nesta insanidade, abrem-se e fecham-se portas constantemente, sei que as provoco, que são como fantasmas que respondem ao chamamento, mas depois incapaz de os defrontar, escondo-me num canto recôndito e calo-me, fico apenas a olhar.