Pergunto-me tantas vezes pelos caminhos a percorrer, sobre a sanidade dos dias e a loucura das noites que atormentam os sonhos e explodem os pesadelos com vazios incomensuráveis. Não sei de onde brota tudo isto, se de uma vertiginosa queda no abismo dos sentidos, ou, uma eventual elevação aos céus num antecipar mórbido de uma fatalidade anunciada. Não peso os valores mais do que peso os sonhos, mas ambos equilibram o fiel da balança não me deixando escolher o que me apetece, quando me apetece fazer o que não devo ou não posso. Depois vem a revolta que me leva a gritar na surdina dos sentidos, a saber-me no mundo errado e preso a um corpo que me limita a alma e me deixa a nadar constantemente em círculos fechados. Fatídico destino que entrega a alma a tamanhas privações, vislumbre perfeito de paraíso que apenas ao longe se percebe e nos faz querer e não ter como alcançá-lo. Silêncio, que há muito mar para nadar.