Na violência do quotidiano há uma paz disfarçada de calmaria que apenas apodrece o corpo em fétidos burgos que misturam a tristeza humana e a mascaram nos luxos da sociedade actual. As gerações emergentes perdem a noção de orientação, o mundo real restringe-se, contrai-se e morre fechado entre quatro paredes. A facilitação deixa o ser humano menos preparado, tornando-o dependente de um mundo oco, construído sobre alicerces que se desmoronam. Não podemos seguir em frente, levantar a casa, sem que exista um apoio, uma base que seja o fundamento do que vem a seguir. Como podemos amanhã aplicar regras que hoje não cumprimos? Como podemos no futuro castigar os prevaricadores se hoje não somos castigados por prevaricar?
Esta bola de neve que desce a colina da sociedade actual, acabará por nos engolir a todos, rebentando mais abaixo no vale quando chocar de frente com uma rocha espessa e dura, depois, voltaremos ao zero, e começará de novo a aventura humana na Terra.