É difícil deduzir nos silêncios as vontades que não se dizem. Nem sempre aquilo que parece é, muitas vezes é reflexo de luz que nos ofusca e nos faz desviar do caminho, outras vezes é aviso que nos indica quando mudar de direcção. Cabe-nos ser capaz de ler o que ainda não foi escrito, de sentir o que ainda não foi sentido, para sermos alguma vez capaz de superar o que é necessário ser superado. Inventar-se é descobrir em si o próprio caminho, o destino e a vontade de ser aquilo que ainda não se é. Lamentávelmente dispersamo-nos ao invés de concentrarmos em nós tudo aquilo de que gostamos, depois, depois vem o abismo e simplesmente deixamos-nos cair.