Por estes dias o mundo viaja já a uma velocidade imparável. Nas últimas duas décadas perderam-se coisas tão simples como o convívio entre vizinhos, os almoços em família a horas certas, ou os serões em conjunto, em que todos partilhavam o mesmo espaço, em que o rádio, a televisão, ou os jogos de sociedade eram motivo de união. Hoje, à velocidade que vamos, não nos apercebemos da solidão a que nos votamos. A disseminação de televisões por cada compartimento da casa, as consolas nos quartos e os computadores, um para cada utilizador, afastaram o centro gravitacional da união familiar, do centro da sala para os arredores dos quartos onde supostamente só deveríamos ir dormir. A juntar a este facto, temos mais que um carro, mais que um telefone, ou seja, temos mais de tudo, mas muito menos tempo para estar com aqueles que amamos.
Pergunto-me se efectivamente estamos a progredir para uma nova etapa civilizacional, ou, se por outro lado, descobrimos a forma de nos perdermos na solidão de um quarto, se deixamos de ouvir as histórias e os conselhos dos mais velhos que foram garante de milhares de anos de civilização humana.

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